Este termo foi criado por Clayton Christensen, professor de
Harvard. Naquele momento, ele inspirou-se no conceito de “destruição criativa”,
conceito este criado em 1939 pelo economista austríaco Joseph Schumpeter
desejando explicar os ciclos de negócios. Para Schumpeter, o capitalismo opera
em ciclos e cada nova revolução (industrial ou tecnológica) destrói a revolução
anterior, tomando seu mercado.
Christensen chamou de "Inovações Sustentáveis"
aquelas que não chegam a criar um novo mercado e a concorrência acontece da
forma mais tradicional. Contrariamente à Inovação Disruptiva: uma empresa lança
uma tecnologia bem mais barata, mais acessível e eficiente, praticando margens
menores de lucro e criando com isto uma revolução no mercado.
Alguns exemplos: PCs (computadores pessoais) substituindo os
antigos Main Frames (computadores gigantescos e caríssimos); telefones
celulares ocupando o lugar dos telefones fixos (em alguns países como a
Finlândia por exemplo praticamente não existem telefones fixos); o Netflix que
praticamente acabou com as video-locadoras; a Wikipédia que tornou-se fonte de
pesquisas no lugar das enormes enciclopédias em papel; dentre outras dezenas de
exemplos que poderíamos citar.
Existe também a auto-revolução disruptiva: como exemplo
citamos a HP (Hewlett Packard) que passou a produzir uma linha de computadores
bem mais baratos, já que sua concorrente direta, a IBM, através da Lenovo (uma
empresa do Grupo IBM) lançou uma linha de computadores infinitamente mais baratos
(populares mesmo) do que os computadores IBM, sabidamente caríssimos. Não
discuto aqui a qualidade dos produtos IBM e HP vendidos como "primeira
linha", nem a qualidade dos produtos Lenovo e HP vendidos como segunda
linha.
A base da Inovação Disruptiva é a observação daquilo que
existe no mercado, seu funcionamento, seus custos, suas margens de lucro, sua
procura pelo consumidor, o grau de contentamento do consumidor com relação ao
que existe no mercado, a durabilidade versus valor final de aquisição para o
consumidor, dentre tantos outros parâmetros e a visão de um empreendedor no
sentido de se criar algo infinitamente mais barato e com funcionamento bem
próximo.
Esta inquietação natural do empreendedor acaba por gerar
ideias, quebrar paradigmas, viabilizar a produção e comercialização de produtos
antes impensáveis (por razões diversas), mexer no mercado. Claro que o lado
negativo é a extinção de alguns negócios, a extinção de postos de trabalho, a
redução das margens de lucro entre os concorrentes que tentar alinhar suas
margens à própria concorrência. Mas existe uma infinidade de vantagens nesta
"revolução", que acaba por colocar o consumidor final em contato com
outra realidade: será que tudo precisa durar para sempre ? será que tudo aquilo
que é bom custa caro obrigatoriamente ? é verdade que qualidade excelente está
sempre ligada ao alto custo ? uma produção artesanal é essencialmente mais cara
do que uma produção em série ?
Com a exposição acima, convido os leitores a refletirem sobre
este assunto, buscando outros materiais para aprofundarem-se e avaliando dentro
do contexto que vivemos e dentro do contexto que cada gestor vive em sua
empresa, a importância de uma possível implantação da Inovação Disruptiva em
seu empreendimento.