Situação atual e perfil
dos empresários envolvidos.
Os dados são alarmantes: em
São José do Rio Preto-SP, de janeiro a maio de 2014, 428 empresas foram fechadas,
segundo dados da Jucesp-Junta Comercial do Estado de São Paulo. Isto é uma
estatística de acesso público e você pode procurar esta informação para a
cidade que desejar.
A constatação é tão grave que o SEBRAE-SP lançou há alguns dias
uma pesquisa inédita chamada: "Causa
Mortis: O Sucesso e o Fracasso das Empresas nos Primeiros Cinco Anos de
Vida". A pesquisa demonstra a atual realidade das pequenas empresas
paulistas.
Vamos ver alguns números
da pesquisa do SEBRAE-SP:
- 55% dos empresários não se preocuparam em montar um plano de negócios quando resolveram que montariam seu próprio empreendimento. Portanto: faltou planejamento.
- 38% dos empresários não sabiam quantos e quais os concorrentes ao negócio que estavam montando.
- 46% não conheciam os hábitos de consumo dos seus futuros clientes.
- 39% não calcularam o capital de giro necessário para tocar o negócio.
- Dentre as empresas que fecharam nos primeiros cinco anos, 58% dos gestores afirmaram que tinham experiência anterior no ramo montado, ou seja: , 42% não tinham qualquer experiência na atividade. Já dentre as empresas que se mantiveram abertas, 72% dos gestores disseram ter experiência na atividade em que montaram o negócio.
- 31% dos empreendimentos fechados, optaram pela política de preços baixos (e provavelmente não sabiam formar seus custos e valores de venda). Dos sobreviventes, apenas 23% optaram pela política dos preços baixos.
- 26% dos empreendimentos fechados optaram por oferecer algo mais que "preços baixos", buscando diferenciais em produtos e serviços. Dos sobreviventes, 38% buscaram este diferencial .
Ações preventivas recomendadas
Nota: dependendo da gravidade da situação da
empresa, essas ações podem também ter efeito corretivo.
- Os empresários devem buscar sua vocação para este ou aquele negócio. Não adianta montar algo para o qual não tem vocação.
- É preciso que gostem daquilo que estão se propondo a fazer. Se não gostam, por exemplo , de ter sua rotina diária quebrada com questões diversas a resolver, não montem um negócio em uma área cuja dinâmica diária se ocupe tanto na solução de questões. Se sua natureza não permite trabalhar com oscilações constantes e gestão de riscos, montem um negócio cujas características sejam mais tranquilas com relação ao mercado. Aqueles que investem na poupança e os que investem na bolsa de valores são investidores de padrão completamente diferente, dada a natureza e tendências pessoais de cada um.
- Calcular o capital de giro necessário para o funcionamento do negócio é importantíssimo. Este número deverá estar contido no capital inicial e deve levar em conta as necessidades pessoais para poder estabelecer uma retirada mínima mensal.
- Tenham em mente os clientes que desejam atender, qual é o padrão de consumo, onde estão e o que desejam. Todas estas informações deverão ser incluídas no planejamento inicial.
- Conhecendo o mercado onde vão atuar, façam previsão de receitas e despesas. Tenham uma boa margem de segurança em seu cálculo.
- Planejem a equipe com quem vão trabalhar, qual o perfil desejado para suprir cada função, o quanto de treinamento será necessário (e os gastos com isto), a forma de contratação e a sistemática de pagamento.
- Estudem as instalações e saibam que todo negócio exige alvarás de funcionamento nos mais diversos órgãos e para isto deverão cumprir as exigências de cada um. Estudem o mobiliário, a perfeita harmonização e a ergonomia, desde a fachada da empresa e recepção até os escritórios e demais localizações.
- Adquiram um hábito para sempre: desde o planejamento anotem tudo. Formem um banco de dados com suas receitas, despesas, margens por produto, histórico de custos e valores de venda, performance dos vendedores, compras por cliente, recebimentos e pagamentos, prazo médio de compra e venda (por fornecedor e por vendedor), rotatividade de cada produto, % de vendas em cada modalidade (dinheiro, cheque, cartão de débito, cheque pré datado, cartão de crédito, duplicata), controle rigoroso sobre vencimento de produtos, dentre outras anotações importantes. Para isto existem programas de computador e um especialista deve ser consultado.
- Habituem-se a reunir-se com sua equipe com frequência para discutir as questões de cada área. Todos devem participar das soluções. Visitem os clientes . Eles também fazem parte das soluções que você busca.
- Não hesitem em buscar ajuda de um profissional externo. Quer seja um profissional fixo para ser o gestor do negócio (quando suas habilidades não forem suficientes), quer seja um profissional externo (consultor) para orientá-los adequadamente. Muito comum atualmente é a contratação de um profissional externo (consultor) para fazer a gestão do negócio, dedicando algumas horas por semana para deixar a empresa em ordem. Neste caso não haverá vínculo empregatício e o consultor deixará de ser apenas um orientador e passará a ser um gestor. Todos estes custos deverão ser ponderados antes de fazer a escolha.